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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Considerada como umas das mais autênticas do país, a cozinha regional paraense é um dos grandes orgulhos deste povo. Grande parte de seus ingredientes são adquiridos na fauna e flora amazônica e seus pratos provenientes da cultura indígena e negra.

Em Mosqueiro, o típico café da manhã regional é vendido em plena praça da Matriz, na Vila, nas mais de quinze barraquinhas padronizadas e instaladas bem em frente ao Mercado Municipal onde trabalham integrantes da Associação dos Barraqueiros Vendedores de Tapioca e Comidas Típicas de Mosqueiro – ASBAVETIM. As cinco e meia da manhã, as barraqueiras começam a servir seus clientes com sucos, café com leite, mingau, cuscuz, pão e a tradicional “tapioquinha”.

Assim como em Belém, não é difícil encontrar em Mosqueiro os pontos de venda de tacacá. Em virtude da abundância de peixes encontrados na região, grande parte dos restaurantes e hotéis do Mosqueiro dão destaques a um delicioso e tradicional prato regional: a Caldeirada. Em seu preparo são utilizados peixes de uma única espécie, que depois de limpos, são temperados com camarão regional, batatas e ovos cozidos. O charme desta iguaria fica por conta das terrinas de barro utilizadas para levar o prato até a mesa.

Disponível: em http://www.mosqueiro.com.br/

domingo, 12 de setembro de 2010

TAPIOQUINHA DE MOSQUEIRO COM 90 ANOS DE TRADIAÇÃO

As mais antigas vendas de tapioquinha da Vila


Antiga venda de tapioquinhas da Vila



Atual Tapiocaria da Vila



Tapioquinha de Mosqueiro
com 90 anos de tradição


Sabor de tradição. Assim pode se definir os 90 anos de história das famosas tapioquinhas de Mosqueiro. Quem vai à ilha, seja num simples final de semana ou na agitada férias de julho, não resiste a uma parada na Vila para comer as deliciosas tapioquinhas com café. O toque especial fica por conta da paisagem da ilha, carinhosamente chamada de Bucólica pelos paraenses.

A variedade é enorme. É tapioa com creme, com ovo, presunto, queijo e até cupuaçu com chocolate. Uma riqueza de gostos e sabores que faz a população e visitantes da ilha se encontrar ao amanhecer para a primeira refeição do dia ou no agradável fim de tarde, com direito a vistada Orla da Vila. Mesmo após passados nove décadas, as tapioqueiras de Mosqueiro continuam a receber inúmeros elogios e contabilizar novos clientes. É assim que Elizeu Barbosa, fala dos seus 50 anos de trabalho junto à sua esposa na "Barrca da Vovó". O trabalho começou com sua sogra, que foi uma das quatro pioneiras que começaram a vender tapiocas na Praça Matriz da Vila da Vila. "Naquela época não havia emprego e foi uma forma de sustento para a minha sogra", contou Elizeu, lembando que o número subiu para as 19 depois atuais.

O trabalho das tapioqueiras é uma tradição, que passa de mãe para filhas e netas, enfim de geração para geração. "É algo que não pode ser vendido. É a raiz da nossa família que já esta firmada", diz Catarina Barbosa, que mora e trabalha em Belém, em época de pico colabora na barraca dos pais Adriana e Elizeu Barbosa com as vendas.

Nos períodos de maior demanda, a fila cresce e o trabalho dobra, às vezes triplica. "Todas as 19 barracas chegam a vender três mil tapioquinhas por dia, o que dá uma média de 200kg de goma por mês", diz Catarina. É um trabalho pesado, que merece dedicação e esforço. "Acordo bem cedo para ajeitar a barraca e receber o material que é fornecido por produtores do interior", garante Elizeu.

Tudo é programado com antecedência para o dia seguinte. O material é comprado com antecedência e, quando é ´reciso, até novas contratações são feitas. Associação das Barraqueiras de Venda de Tapioca e Comidas Típicas da Ilha de Mosqueiro (ASBAVETIM), é que escala e chega a pagar R$ 30,00 a diária de trabalho.
Essa associação foi estabelecida como utilidade pública desde o dia 8 de janeiro/2007 depois de um decreto assinado pelo prefeito Duciomar Costa. "Lutamos desde 1996 para que nossa associação fosse reconhecida e só agora na atual geração é que conseguimos", diz Elizeu, que é o presidente da Asbavetim.

A atual administração municipal contribuiu com o trabalho das tapioqueiras em várias formas. Oferecendo cursos de manipulação de alimentos através do Departamento de Vigilância Sanitária (Devisa) e gerenciamento de balcão pela Agência Distrital de Mosqueiro. O programa Ama Belém também já colaborou com esta atividade da culinária paraense, entregando duas camisas e pares de calça para cada pessoa que trabalha nas barracas.

Dez/2008
Jornal do Mosqueiro

sábado, 11 de setembro de 2010

TAPIOQUEIRA E TAPIOQUINHA

TAPIOQUINHA



A culinária da região Norte é bastante diversificada. São muitos cheiros e sabores distintos de frutas, temperos e pratos típicos sobre os quais, aos poucos, vou escrever um pouquinho. Nos últimos dias, porém, o mais apreciado por nós foi a tapioquinha e, só de lembrar, já dá água na boca! Confira!

"Maria tá peneirando

Goma e massa de mandioca

Quem se casar com Maria

Só vai comer tapioca"

(Massa de Mandioca, Mastruz com leite)

A tapioca é uma iguaria de origem indígena bastante apreciada no Pará. Feita com a goma da mandioca, ela é facilmente encontrada aqui em Belém, em restaurantes, hotéis e em locais onde se possa tomar um bom café da manhã.

Como patrimônio da nossa culinária, já é possível encontrar lugares dedicados exclusivamente a essa iguaria. Na ilha de Mosqueiro, distrito de Belém, há a Tapiocaria na praça Matriz da Vila. A tapiocaria valorizou o trabalho dos tapioqueiros da praça, pois agora há estrutura e condições boas de higiene e de recepção aos consumidores. Além disso, os sabores das tapiocas são diversos e o preço é bom.

Disponível em: http://olhandobelem.blogspot.com/2010/06/tapioquinha.html

INCENTIVO DO FESTIVAL DA TAPIOCA NA ILHA DE MOSQUEIRO


O Incentivo do Festival da Tapioca na Ilha de Mosqueiro fomentando a cultura local objetivando atrair turistas e visitantes


Resumo: O artigo trata do incentivo da gastronomia da Ilha do Mosqueiro, apontando como prato atrativo principal as famosas tapioquinhas da região Norte e Nordeste do Brasil conhecidas pelo país a fora apontando tendências para a realização de um festival anual na ilha com a finalidade de divulgar a gastronomia da região através de um produto cultural local a fim de recepcionar de modos excelentes turistas e visitantes que vão à ilha no mês de julho e ainda estimular outros turistas e visitantes a freqüentar a localidade esquentando a economia com maximização dos lucros oriundos da atividade turística aliados aos fatores culturais relacionados à gastronomia local, mas diretamente, às tapioquinhas produzidas no local há aproximadamente cem anos.


Palavras - chave: Gastronomia, Cultural, Patrimônio, Economia


1 – INTRODUÇÃO

A bela ilha do Mosqueiro está localizada à costa Oriental do rio Pará, em frente à Baia do Guajará, a 70 km da capital do estado, seu nome é originário da palavra “moqueio”, que era como os índios Tupinambás que habitavam a região preparavam o peixe para que este tivesse maior durabilidade, carinhosamente chamada de bucólica pelos paraenses por causa de suas belas paisagens cênicas e grandes extensões de 17 praias de água doce, neste paradisíaco cenário, precisamente, na Vila da Ilha de Mosqueiro, se concentram as barracas de tapioquinha, uma tradição que perdura por 100 anos, movimentando a economia da localidade, gerando emprego e renda para as populações locais, conferindo-se em atrativo gastronômico, passado de geração em geração, assegurando-se como atividade de raiz da terra, como conta o senhor Elizeu Barbosa que está nesta atividade a mais de 50 anos ao lado de sua esposa, sendo que quem deu inicio a estes trabalhos foi sua sogra, que por não haver emprego, esta foi a forma que encontraram para suprir o sustento da família. Atualmente o senhor Elizeu Barbosa é o presidente da Asbavetim- Associação dos Barraqueiros Vendedores de Tapioca e Comidas Típicas de Mosqueiro, a classe lutou desde 1996 para que associação fosse reconhecida, entretanto, somente em oito de janeiro, através de um decreto assinado pelo Duciomar Costa é que a associação passou a valer de fato e de direito.


2 - A GASTRONOMIA COMO INSTRUMENTO DE INTEGRAÇÃO SOCIAL NO ÂMBITO DA ATIVIDADE TURÍSTICA


É impossível negar que a gastronomia não esteja diretamente relacionada ao turismo, representando um fator de grande relevância para a atividade, em decorrência de primícias culturais, podendo estimular indivíduos ou grupos de pessoas à visitação de determinada destinação. É o que relata, (Ignarra, 2002 p.82) quando cita que “existem outros grupos que viajam com o objetivo principal de provar a gastronomia típica de cada região”.

Então com muita propriedade, dada a relação da gastronomia com a atividade turística, que se afirma:

O serviço de alimentação é um dos segmentos a serem observados dentro da cadeia produtiva do turismo, uma vez que várias dimensões que estão vinculadas a este segmento, envolvendo desde os aspectos econômicos até o de segurança alimentar, são imprescindíveis para a sua sustentabilidade e competitividade (NEIT-IE-UNICAMP, 2006).


A alimentação é um fator de relevância no âmago da atividade turística, haja vista, a diversidade de características, pois, o setor de alimentação com seu dinamismo geram emprego e renda, fazendo parte dos atrativos culturais das localidades, sendo inserido em um dos tipos de Roteiro Turístico (Gastronômico), sendo, entretanto, pouco estudado em abordagem turística.

A culinária apresenta como característica cultural relevante a especificidade de cada local e sua população tradicional, atraindo deste modo, turistas e visitantes que desejem apreciar modos de vida característicos da população de diversificadas destinações turísticas. Neste contexto, observa-se, que determinadas distâncias existentes entre turistas e residentes de locais visitados, deixam de existir quando os primeiros apreciam a culinária local, o que se comprova a seguir:

Há certas culturas que desenvolveram pratos extremamente sofisticados e reveladores de seu temperamento, transformando o ato de alimentar-se em uma outra “viagem”, principalmente para o visitante.Experimentar os pratos tradicionais dos anfitriões é em parte, mergulhar nela e diminuir a distância social que possa existir entre visitante e visitado.(MENDONÇA, 2001).

Dessa forma sendo o turismo uma atividade embasada na sustentabilidade, e esta, sistematicamente, organizada em parâmetros econômicos e socioambientais, observa-se que a apreciação da gastronomia por visitantes é um fator relevante no que concerne às relações sociais, estimulando o estabelecimento de um vínculo entre as pessoas.

Numa visão abrangente e globalizada a alimentação pode ser vista como um fator favorável em termos de vantagem competitiva dentro de um segmento de turismo gastronômico, resgatando o patrimônio regional e a identidade nacional, no contexto global, tal fato, expressa o modo de ser de um lugar valorizando o aspecto gastronômico/cultural o que desencadeia a exploração de nichos de mercado específico.

Ainda a título de ressaltar, vale salientar, que a gastronomia como fator gerador de cultura local, une visitantes e residentes, favorecendo a vida do homem em sociedade, rompendo barreiras, muitas vezes intransponíveis como relata (Rita Mendonça, 2001 p.24) “interessar-se pela alimentação significa romper barreiras socioculturais, respeitar e reconhecer nessas culturas sua especificidade.”

3 – A IMPORTANCIA DA TAPIOQUINHA DO NORTE E NORDESTE DO PAÍS COMO ESTIMULO ECONÔMICO E CULTURAL.


As tapioquinhas elaboradas com uma goma extraída da mandioca são conhecidas no Brasil inteiro, haja vista, os diversificados festivais do produto que acontecem por todo país. Nos primórdios da ocupação portuguesa por todo litoral brasileiro, os índios ensinaram aos lusos os procedimentos para o preparo daquilo que seria o “pão brasileiro”, desde a extração da farinha branca denominada goma, que deixada de molho em água limpa e posteriormente, seca com um pano limpo, passada na peneira, levada em uma frigideira ao fogo, a goma une-se formando um alimento sólido garantindo assim a refeição dos primeiros moradores do Brasil. Entretanto, para os portugueses, era necessário acrescentar sabor a esta mistura, foi quando houve a adição de sal e manteiga na intenção de incrementar o sabor.
Atualmente as tapiocas são comercializadas, praticamente no Brasil inteiro, com sabores e cores diversificadas, haja vista, o que ocorre na Cafeteria Pelé Arena, que possui três unidades na capital paulista, onde ocorre a temporada da tapioca, por essa ocasião, os clientes poderão degustar oito sabores do produto, e, entre doces e salgadas, aos preços de R$ 5,00(cinco reais) a R$7,50(sete reais e cinqüenta centavos).

Seguindo pelo país a fora, encontra-se a comercialização do produto também em Brasília, em uma casa de comida nordestina, o Restaurante Fulô do Sertão, que oferece em seus cardápios diversificados pratos dessa cultura, além das gostosas tapiocas que são servidas a qualquer hora do dia e ainda com preços promocionais. Já em Pernambuco o Restaurante Parraxaxá, explora o ramo através do festival da tapioca que já ocorre desde 2006 com a finalidade de incrementar a culinária nordestina, escolheram a tapioca por ser regional e tradicional, evitam recheios industrializados, oferecem opções doces e salgadas. As caldas e geléias utilizadas são de elaboração artesanal, o sorvete utilizado no recheio é terceirizado, no caso do sorvete de cachaça, o álcool evapora, não ocorrendo, portanto, embriaguez por quem ingere o produto.

Percebe-se o estímulo que a economia de uma localidade recebe através do turismo e de eventos que possibilitem presenças de turistas e visitantes é de grande peso, derivado do efeito multiplicador do dinheiro que entra na região através do turismo de modo direto ou indireto, é o que relata Margarita Barreto, (2003 p.72) “o turismo tem efeitos diretos e indiretos na economia de um país.” O efeito direto estaria ligado ao gasto do turista com infraestruturas relacionadas a hotéis, pousadas, restaurantes, bares e outras, dentre estas o fator alimentação apresenta grande relevância dentro da atividade turística, estimulando diretamente a economia da destinação turística.

4 – UM POUCO DA HISTÓRIA DA ILHA DO MOSQUEIRO.

A ocupação da Ilha do Mosqueiro começou a partir do século IXX, com a exploração do ciclo da borracha, época em que a ilha recebia estrangeiros com muito dinheiro, quando começaram as primeiras construções de casarões até hoje existentes na ilha, nesse momento houve a valorização da ilha. O acesso se dava por via fluvial, porém, em 1968, com inauguração da rodovia, houve a expansão propriamente dita dando vazão à especulação imobiliária que se expandiu nas praias do Ariramba e São Francisco, logo depois em 1976 com a construção da ponte Sebastião Oliveira o processo ocupacional da Ilha do Mosqueiro volta a se acelerar.

Conta a história que na época da segunda Guerra Mundial, em 1945, os oficiais do exercito faziam suas refeições matutinas, no mercado da Vila e já degustavam as famosas tapioquinhas da Ilha do Mosqueiro, fortalecendo este costume, foi nesse momento da história que muitos canhões foram instalados na praia do Chapéu Virado, com a finalidade de abater submarinos alemães de carga ou de passageiros que se aproximassem.

Depois de tanta euforia de especulação ocorrida após a construção da ponte Sebastião Oliveira, nos últimos 10 anos Mosqueiro passa por um período de dificuldades no que diz respeito à especulação imobiliária, é comum encontrar nos classificados de O liberal, propriedades muito abaixo do preço de tabela, os imóveis vêm se desvalorizando dia-a-dia, ocorrendo um processo de desvalorização. Para Maria Gorette da Costa Tavares, Doutora em geografia pela UFRJ, Professora do Departamento de Geografia do CFCH da UFPA, a desvalorização imobiliária ocorre por falta de ações oficiais nos últimos 10 anos.

Percebe-se o esquecimento da Ilha do Mosqueiro por parte das políticas públicas o que contribui para o descaso total da ilha, contribuindo para o processo que se instala a uma década, e, portanto, dentro deste contexto, promover e incentivar eventos na ilha fará com que esta volte a ser a bucólica de anos atrás, recebendo visitantes, estimulando o turismo de estrangeiros e mesmo visitantes oriundos de Belém, o que de certo modo vai refletir na economia da região e até mesmo estimular o processo de especulação imobiliária da ilha, conferindo às residências o real valor delas, contribuindo para a valorização da ilha.


5 – CONCLUSÃO.

Em 1985, por iniciativa da ex-ministra da cultura da Grécia, Melina Mercouri, surgiu à idéia das capitais culturais pelo mundo a fora, constituindo Atenas, como a primeira capital cultural no mundo, este procedimento tem como objetivo fomentar a cultura de cada região e suas diversidades de maneira a integrar povos permitindo uma gama de conhecimentos mútuo entre as pessoas, a fim de promover cidades, regiões e até mesmo países. Nesse contexto Atenas foi a primeira Capital da Cultura, seguida de outras pelo continente Europeu a fora.

A partir do ano de 2006, foi a vez de o Brasil escolher sua primeira Capital Cultural, foi Olinda em Pernambuco, já em 2007 foi a cidade de São Jõao Del Rei em minas Gerais,em 2007 a cidade escolhida foi Caxias do Sul e neste ano(2009) a cidade escolhida foi São Luis MA, o evento que conferiu o título ocorreu no dia 10 de março de 2009 e contou com presenças relevantes, o projeto organizado e implementado pela ONG CBC, conta com o apoio do Ministério da Cultura, do Ministério do Turismo e da UNESCO, O objetivo deste trabalho é fomentar a identidade e o conhecimento de cada povo, estimulando a auto-estima dos mesmos, promovendo as culturas regionais do Brasil objetivando integração nacional e a inclusão social através da cultura.

Então atentando para o fator cultural, dá-se o incentivo de fomentar o comércio das tapioquinhas na Ilha do Mosqueiro e ainda incentivar a associação das tapioqueiras, ASBAVETIM, juntamente, com o poder público a promover o Festival da Tapioca, anualmente, precisamente, no mês de julho , quando Ilha recebe o maior fluxo de turistas, visitantes e excursionistas, gerando um estímulo na economia, trazendo benefícios lucrativos para a população local, aumento da auto-estima das populações locais ao verem seu produto apreciado e consumido, favorecendo o conhecimento desta iguaria culinária a um maior número de pessoas. O evento deveria seguir um padrão sistemático anual até tornar-se tradicional, se inserido como patrimônio imaterial da Ilha do Mosqueiro.Para assegurar que esta tendência é possível diz-se:

Alguns eventos cumprem uma programação regular e tradicional durante o ano, mesmo quando afetados por circunstâncias negativas, principalmente condições estacionais ou cíclicas adversas.(ZANELLA, 2003).
Embora se pense que patrimônio esteja ligado a bens materiais, sabe-se que não é bem assim, o patrimônio pode ser material (tangível) e imaterial (intangível), deste modo toda e qualquer expressão, saberes e fazeres de um povo, incluindo sua gastronomia se constitui patrimônios imateriais.

Patrícia P. Ventura*


*Graduanda do quarto semestre do curso de Turismo da Faculdade de Belém - Belém - PA.

Disponível em: http://recantodasletras.uol.com.br/artigos/1914937

TAPIOQUINHA DA VILA


A ilha de Mosqueiro não se resume aos 17 quilômetros de praias de rio, água doce, banhadas por baías e cujas ondas se assemelham às de praias oceânicas. Também não se limita a um balneário procurado por foliões na época do Carnaval e por centenas de milhares de veranistas no mês de julho. Mosqueiro, “Bucólica” para os “experientes” ou, ainda, “Moscow” para os mais jovens, dista apenas 70 quilômetros, por rodovia, do centro de Belém, mas, apesar de não mais ter a paisagem original de algumas décadas atrás, ainda é o refúgio de quem busca tranquilidade e uma ligação mais estreita com a natureza.

Uma das maiores tradições do Estado é o café da manhã regional, tomado na Praça Matriz da Vila, em uma das 20 barraquinhas padronizadas, bem em frente ao Mercado Municipal. Às cinco e meia da manhã, junto com os primeiros raios do sol, o cheiro do café com leite, da tapioca, do cuscuz, mingaus e sucos convidam os primeiros fregueses ao desjejum. Para os moradores da ilha, um orgulho: não há quem resista às delícias. Até hoje não encontrei uma única pessoa, em visita a Mosqueiro, que tenha ficado indiferente a esse cardápio”, garante o pescador Júlio Silva.

Quanto mais cedo, mais fácil encontrar a venda dessa iguaria, que carregadas em tabuleiros, são vendidas pelas ruas e sempre envoltas em folhas de bananeira, como determinou a tradição. À parte a tradição, que não pode ser ignorada, um cardápio de sabores exóticos é outro dos atrativos na Tapiocaria da Vila que, são servidas secas ou molhadas, com ou sem recheio, conforme a vontade do freguez. De acordo com os comerciantes, hegam a vender juntas, diariamente, três mil unidades do produto, ou 200kg de goma por mês.

“Aqui, quando o dia amanhece, já tem gente procurando o desjejum. Entre 5h30 e 22h graças a Deus não temos sossego. É claro que no fim de semana faturamos mais, entretanto, podemos atender melhor o cliente com mais calma durante a semana”, conta Dora Araújo, proprietária da “Tapiocaria da Dora” e que, há 30 anos, trabalha no local.