TAPIOQUINHA DE MOSQUEIRO COM MAIS DE 90 ANOS DE TRADIÇÃO
Sabor de tradição. Assim pode se definir os 90 anos de história das
famosas tapioquinhas de Mosqueiro. Quem vai à ilha, seja num simples
final de semana ou na agitada férias de julho, não resiste a uma parada
na Vila para comer as deliciosas tapioquinhas com café. O toque especial
fica por conta da paisagem da ilha, carinhosamente chamada de Bucólica
pelos paraenses.
A variedade é enorme. É tapioca com creme, com
ovo, presunto, queijo e até cupuaçu com chocolate. Uma riqueza de
gostos e sabores que faz a população e visitantes da ilha se encontrar
ao amanhecer para a primeira refeição do dia ou no agradável fim de
tarde, com direito a vistada Orla da Vila. Mesmo após passados nove
décadas, as tapioqueiras de Mosqueiro continuam a receber inúmeros
elogios e contabilizar novos clientes. É assim que Elizeu Barbosa, fala
dos seus 50 anos de trabalho junto à sua esposa na "Barrca da Vovó". O
trabalho começou com sua sogra, que foi uma das quatro pioneiras que
começaram a vender tapiocas na Praça Matriz da Vila da Vila. "Naquela
época não havia emprego e foi uma forma de sustento para a minha sogra",
contou Elizeu, lembando que o número subiu para as 19 depois atuais.
O trabalho das tapioqueiras é uma tradição, que passa de mãe para
filhas e netas, enfim de geração para geração. "É algo que não pode ser
vendido. É a raiz da nossa família que já esta firmada", diz Catarina
Barbosa, que mora e trabalha em Belém, em época de pico colabora na
barraca dos pais Adriana e Elizeu Barbosa com as vendas.
Nos
períodos de maior demanda, a fila cresce e o trabalho dobra, às vezes
triplica. "Todas as 19 barracas chegam a vender três mil tapioquinhas
por dia, o que dá uma média de 200kg de goma por mês", diz Catarina. É
um trabalho pesado, que merece dedicação e esforço. "Acordo bem cedo
para ajeitar a barraca e receber o material que é fornecido por
produtores do interior", garante Elizeu.
Tudo é programado com
antecedência para o dia seguinte. O material é comprado com antecedência
e, quando é ´reciso, até novas contratações são feitas. Associação das
Barraqueiras de Venda de Tapioca e Comidas Típicas da Ilha de Mosqueiro
(ASBAVETIM), é que escala e chega a pagar R$ 30,00 a diária de trabalho.
Essa associação foi estabelecida como utilidade pública desde o dia 8
de janeiro/2007 depois de um decreto assinado pelo prefeito Duciomar
Costa. "Lutamos desde 1996 para que nossa associação fosse reconhecida e
só agora na atual geração é que conseguimos", diz Elizeu, que é o
presidente da Asbavetim.
A atual administração municipal
contribuiu com o trabalho das tapioqueiras em várias formas. Oferecendo
cursos de manipulação de alimentos através do Departamento de Vigilância
Sanitária (Devisa) e gerenciamento de balcão pela Agência Distrital de
Mosqueiro. O programa Ama Belém também já colaborou com esta atividade
da culinária paraense, entregando duas camisas e pares de calça para
cada pessoa que trabalha nas barracas.