A ilha de Mosqueiro não se resume aos 17 quilômetros de praias de rio, água doce, banhadas por baías e cujas ondas se assemelham às de praias oceânicas. Também não se limita a um balneário procurado por foliões na época do Carnaval e por centenas de milhares de veranistas no mês de julho. Mosqueiro, “Bucólica” para os “experientes” ou, ainda, “Moscow” para os mais jovens, dista apenas 70 quilômetros, por rodovia, do centro de Belém, mas, apesar de não mais ter a paisagem original de algumas décadas atrás, ainda é o refúgio de quem busca tranquilidade e uma ligação mais estreita com a natureza.
Uma das maiores tradições do Estado é o café da manhã regional, tomado na Praça Matriz da Vila, em uma das 20 barraquinhas padronizadas, bem em frente ao Mercado Municipal. Às cinco e meia da manhã, junto com os primeiros raios do sol, o cheiro do café com leite, da tapioca, do cuscuz, mingaus e sucos convidam os primeiros fregueses ao desjejum. Para os moradores da ilha, um orgulho: não há quem resista às delícias. Até hoje não encontrei uma única pessoa, em visita a Mosqueiro, que tenha ficado indiferente a esse cardápio”, garante o pescador Júlio Silva.
Quanto mais cedo, mais fácil encontrar a venda dessa iguaria, que carregadas em tabuleiros, são vendidas pelas ruas e sempre envoltas em folhas de bananeira, como determinou a tradição. À parte a tradição, que não pode ser ignorada, um cardápio de sabores exóticos é outro dos atrativos na Tapiocaria da Vila que, são servidas secas ou molhadas, com ou sem recheio, conforme a vontade do freguez. De acordo com os comerciantes, hegam a vender juntas, diariamente, três mil unidades do produto, ou 200kg de goma por mês.
“Aqui, quando o dia amanhece, já tem gente procurando o desjejum. Entre 5h30 e 22h graças a Deus não temos sossego. É claro que no fim de semana faturamos mais, entretanto, podemos atender melhor o cliente com mais calma durante a semana”, conta Dora Araújo, proprietária da “Tapiocaria da Dora” e que, há 30 anos, trabalha no local.
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